Até
muito recentemente, o abuso sexual de crianças era tratado como um tabu. Entretanto, esse tabu vem sendo quebrado no
decorrer da última década. Grande avanço é o ECA ( Estatuto da Criança e do
Adolescente). Os dados são alarmantes, tanto pela frequência de tal prática,
pelo contexto em que acontecem, mas também pelas consequências
biopsicossociais.
A
criança, além de todo o sofrimento durante o abuso sexual, pode sofrer danos a
curto e longo prazo. A criança muitas vezes é o alvo preferencial de um abuso,
quando não acaba sendo explorada sexualmente. Geralmente a exploração ou o
abuso é exercido por um homem, e membro da família ou próximo a esta.
Levando
em consideração que a formação enquanto sujeito se dá na primeira infância,
tais traumas ocorridos através de um abuso sexual, trazem marcos que se
prolongam ao longo da vida da criança abusada.
As consequências do
abuso sexual são delicadas. Há consequências do ponto de vista:
psicológico (traumas), físico (doenças sexualmente transmissíveis, gravidez).
As vítimas devem ser
levadas a um psicólogo assim que seus responsáveis tomam conhecimento dos fatos
ocorridos.
Geralmente são
difíceis de serem descobertos, principalmente porque na maioria das vezes o
abusador é o pai ou padrasto, o que torna mais confuso, na cabeça da
criança ou do adolescente, perceber que aquilo que acontece é uma
violência. Dificilmente a criança ou o adolescente não tem com quem desabafar,
e se cala numa profunda angústia. Isso também ocorre porque muitas vezes ela é
ameaçada e coagida a não falar, não revelar o que acontece a ninguém. Usa-se a
fantasia e a falta de malícia da criança como forma de iludi-la para se obter o
que quer.
Por vezes, a genitora
da criança vítima sabe ou desconfia de que seu filho ou filha vem sofrendo
abuso sexual por parte de seu companheiro, mas não tem coragem de enfrentar
a situação. Continua a fazer de conta que não sabe de nada. Isso colabora
para agravar o problema, prolongando a ocorrência dos abusos, aumentando assim
os traumas ocorridos com o abuso e a violência sofrida.
Na maioria dos casos
a criança abusada apresenta alguns sinais da ocorrência, como vergonha em ficar
nua na frente da mãe, sente-se acuada na frente do abusador em ambientes
sociais, pode apresentar hematomas e outros tipos de sinais físicos, Sofre de dores de barriga, de infecções ginecológicas
e urinárias repetidas.
É imprescindível atenção a qualquer sinal que
se apresenta, ou a qualquer desconfiança. Havendo a suspeita ou a confirmação,
é preciso denunciar, ter coragem de encarar a situação e encaminhar a vitima
aos cuidados médicos e principalmente psicológicos, pois os traumas emocionais
são muito mais profundos, maiores e podem se estender ao longo da vida da
vítima.
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