O modo de amar de cada pessoa depende
também da posição que o sujeito assumiu diante da falta. Quando nos deparamos
com algumas realidades na vida, muitas vezes sentimos a sensação de falta e
neste momento se insere também o amor, pois ele vem a existir justamente para
completar as arestas do imaginário dos sujeitos, exatamente onde não podemos
explicar ou usar a razão, surge o amor.
Neste aspecto notamos a dificuldade
que os sujeitos possuem em lidar com o não saber, com a falta de respostas,
criando mecanismos para suportar este desconhecido, esse “não saber”, o amado
surge justamente neste momento, como substituto desta falta. O amante elege o
amado como resposta para suas questões. Mesmo que não saiba exatamente que
questões são essas. Se cada pessoa por quem nos apaixonamos é uma resposta a
uma questão inconsciente, seria melhor perguntar a nós mesmo, qual é a nossa
questão? O que queremos ao amar alguém? E por que eu sempre me apaixono pelo
mesmo tipo?
Bom, se você sempre se apaixona por
pessoas com o mesmo perfil, indisponíveis ou que nunca demonstram interesse por
você, pode ser que você venha a se sentir desacreditado nas relações e nas
pessoas. Mas verdade seja dita até a pessoa mais bonita e mais popular é
rejeitada por alguém, o problema é que essa rejeição apresenta a falta
novamente e ai, o amor perde seu efeito.
Por isso seria bom refletirmos até
onde somos afetados e o quanto contribuímos para esse ciclo de rejeições e
corações partidos, inclusive os nosso, continue.
A cultura e as relações familiares
têm um grande impacto na constituição desse nosso “jeitinho de amar”. Pensemos
bem, quantos de nós fomos ensinados na infância a ver em atitudes de desprezo o
amor, o afeto e a resposta que tanto procuramos?
Quem aqui se lembra da mãe falando:
“Não fica assim! Fulano só te maltrata por que no fundo gosta de você”. Se na
infância estruturamos o modo como vemos o mundo e entendemos as relações
humanas, está ai formado um grande problema. Ou se por acaso seus pais foram
muito rígidos e exigentes, não é de se estranhar que você sinta que atitudes
carinhosas não são necessárias para transmitir verdadeiro afeto, ou pior, que
sempre deve provar que é bom e que merece ser amado. Atitudes como essas podem
impregnar todas as nossas relações.
Então se você tem alguém que te ama,
reflita do porque desse amor não ser recíproco, reflita se você já não tem o
que tanto busca, ou até mesmo se você cuidou bem do sentimento que te foi
endereçado no passado. É muito ruim estar atrás de alguém que não está
interessado e nem corresponde você. Nesse sentido a psicoterapia pode ajudar a
identificar como você encara e o que busca no amor. Amar é a solução que pode
virar um grande problema.
Sou sua fã...
ResponderExcluirObrigado Michelle!
ExcluirSaber que você gostou me deixa muito feliz!
Toda segunda escreverei para o blog e o amor é um tema com muitos lados ainda rs