segunda-feira, 13 de maio de 2013

AMOR parte 1 – “O amor é uma dor”


Quantas vezes já ouvimos um amigo ou nós mesmos proclamamos a plenos pulmões a expressão “o amor é uma dor”. Ter relações onde o que se da é diferente do que se recebe é algo muito comum e não deveria causar tanto sofrimento, porem não é o que acontece. Relações dolorosas são algo que a maioria experimenta com frequência enquanto outro grupo parece ser muito feliz nesse campo da vida.

Primeiro vamos ressaltar que amar é algo que acontece naturalmente como resultado do contato com o outro, sendo assim, quando estando “bem ajustados” ao meio social vamos amar mais cedo ou tarde. É claro que as formas de expressar esse amor não são tão naturais, elas são construídas e variam de cultura para cultura e de pessoa para pessoa.

Sendo assim cada um tem um jeito de amar e ama por uma razão, neste ponto é começa a complicação sobre o amor. Temos por um lado nossa forma de amar e do outro a maneira como a nossa cultura define o amor e o padroniza. Qualquer comportamento diferente não é considerado amor, já que ele em nossa cultura deve ser bonito, sempre repleto de altruísmo e sacrifícios, representado constantemente pela fidelidade e sinceridade.

É muito comum recebermos amor de uma forma que não reconhecemos, logo passamos a exigir das pessoas um amor parecido com o nosso, quando tudo que pedíamos antes era um amor, não importando sua forma. Muitos recebem amor e não reconhecem sua legitimidade até o dia que se vai.

Neste ponto amar não só começa a se tornar uma tarefa árdua como também uma dor. Vivemos uma sociedade tão mutável que tentar definir um sentimento que por essência não se defini, é no mínimo cruel. Amamos para satisfazer nossos desejos e aplacarmos a angustia de nossas questões, amamos para encontrar sentidos aonde não existe.

Falando de forma prática ajustar nosso amor ao que é padronizado pode ser negar a nós mesmo a realização de um desejo, resultando em um grande sofrimento psíquico ou no caso uma “dor”. Teorizar o amor é tão difícil quanto vivencia-lo de forma satisfatória nos dias de hoje, no entanto em futuros textos falarei mais sobre as dificuldades de amar em uma época que todos querem, mas poucos parecem conseguir.




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