O distúrbio bipolar é uma forma de
transtorno marcado pela variação extrema de humor. O sujeito
experimenta fases de extremo bom humor e animo como também de grande tristeza, desanimo e
depressão. Essas fases são categorizadas como fase maníaca e hipomaníaca
(hiperatividade física e mental) e Depressão (Inibição, lentidão para conceber
e realizar ideias, e ansiedade ou tristeza).
Hoje em dia existem uma série de
medicamentos denominados estabilizadores do humor e técnicas terapêuticas que
são utilizadas no tratamento. Isto levando em consideração as afirmações de
especialistas quando afirmam que existem indicativos de fatores genéticos e
comportamentais como desencadeantes. A maioria dos casos começa a se apresentar
por volta da adolescência até por volta dos trinta anos e os sujeitos alternam
ciclos mais ou menos graves de depressão e humor exaltado. Podem existir tipos
diferentes e características psicóticas dependendo da intensidade do distúrbio,
tratamento e evolução.
Devido aos tabus e mitos sobre o
transtorno, muitos levam anos, às vezes décadas, até procurar tratamento com um
profissional competente. Por isso é muito importante que se esclareçam alguns
mitos que levam as pessoas a estigmatizar outros e a si mesmas como bipolares.
1º A bipolaridade é genética e a pessoa já nasce com esse transtorno,
não a como evitar – Segundo a psiquiatria existe sim uma
predisposição genética que só se desenvolve através de fatores externos. Esses estímulos
ambientais e comportamentais ajudam a desenvolver o quadro sintomatológico e também
causam recaídas. Como por exemplo: A perda parental precoce, períodos de stress
longos e contínuos, pressões sociais, uso de drogas, estimulantes e muitos
outros.
2º O transtorno bipolar só afeta o humor do sujeito - Não é
verdade pois os prejuízos percebidos vão além dos afetivos, ele também afeta a
cognição e a capacidade de desempenhar tarefas intelectuais. Durante alguns períodos
a dificuldade para resolver problemas pode ser muito maior que em outras épocas,
trazendo a sensação de perda de inteligência. Muitos pesquisadores tem
encontrado indícios da relação do transtorno com doenças cardíacas, enxaquecas
e outros problemas físicos.
3º O transtorno bipolar é causado por um desequilíbrio químico no
cérebro - Como citado antes o transtorno tem seus aspectos neurológicos sim,
mas estes por sua vez são ativados e até agravados por diversos estressores,
tais como relacionamentos pessoais, preocupações financeiras, pressões
escolares e muitos outros.
4º O humor da pessoa muda diversas vezes no dia - Isso
não caracteriza o transtorno bipolar, uma vez que os ciclos e estados de mania
ou depressão duram semanas e até meses. O que observamos todavia é que muitas
vezes no estado de mania, por exemplo, os sujeitos possuem uma baixa tolerância
a frustações e o bom humor pode dar lugar ao mau humor rapidamente.
5º O tratamento do transtorno bipolar e realizado somente através da medicação -
Totalmente falso. Apesar de fundamentais no tratamento, a recuperação é
praticamente impossível sem uma rotina de vida adequada (alimentação,
exercícios, sono). Sem estratégias de psicoterapia e técnicas de gerenciamento
de stress, fica difícil lidar com os estressores que são a principal causa de recaídas
e agravamento dos quadros.
6 º O transtorno afetivo bipolar não tem cura - De fato
pessoas diagnosticadas com transtorno afetivo bipolar, terão sempre que estar
atentas a sua saúde psíquica, mas realizando terapia e acompanhamento
medicamentoso apropriados, ela pode retomar sua rotina de vida de forma normal,
até desenvolvendo mecanismos para lidar com fatores que causam recaídas.
7º A psicanalise não serve para tratar Transtorno Bipolar - A
psicanalise trabalha para melhorar a relação do ser com o mundo e com os seus
questionamentos sem fim, ela ajuda no autoconhecimento e no desenvolvimento da
habilidade em lidar com problemas do próprio eu. Sendo assim também ajuda a
desenvolver a habilidade de lidar com todos os estressores que podem desencadear
e agravar o transtorno. Conhecer a si mesmo é aprender a reconhecer suas
limitações e portanto evitar situações que tragam desequilíbrio psíquico.
Mesmo tendo esses 7 pontos claros
a respeito do transtorno bipolar o mais importante é ter a consciência de que o
transtorno é resultado de uma série de fatores e portanto seu tratamento ideal é
realizado por uma equipe de profissionais diferentes. A evolução do tratamento
vai variar de sujeito para sujeito e da qualidade do acompanhamento, mas as
possibilidades de recuperação é evidente. Sendo assim devemos sempre ter em
mente que para além de um diagnóstico, existe um mundo de possibilidades que só
depende de cada um de nós.
Muito esclarecedor! Agora eu sei que a minha irmã não é bipolar é só doida mesmo!
ResponderExcluirDe fato Aryadne, existe uma diferença entre as duas condições, mas quem sabe ela não é só diferente né rsrs
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