Amor é confiança, respeito,
afeto, troca de experiências, conhecimento, amizade. Paixão é ciúme, é dor, é
apego desmedido, é sentimento de posse.
“Paixão é euforia, amor é calmaria. Paixão é
rápida, amor é duradouro. Paixão é súbita, amor é progressivo. Paixão é
agressiva, amor é delicado. Paixão é vendaval, amor é brisa. Paixão destrói,
amor constrói. Paixão vinga, amor perdoa. Paixão é doença, amor é saúde. Paixão
é dor, amor é alívio. Paixão é dúvida, amor é certeza. Paixão é loucura, amor é
cura.” (Dani Duarte)
Claro que é compreensível querer
saber se o que está perturbando seus dias e até tirando o seu sono é mesmo amor
ou somente uma paixão. Talvez uma “paixonite aguda” que logo vai passar? É
verdade: quando a gente consegue ter essa noção, fica muito mais fácil fazer
escolhas e não se arrepender depois.
O fato é que, para descobrir a
resposta, em geral é preciso dar tempo ao tempo e observar, manter-se
conectado. Porém, para algumas pessoas, parece que obter certezas sobre o que
estão sentindo é o que vai garantir o sucesso ou o fracasso do encontro. E
depois, a questão se trata mais de fases possíveis, a começar pela paixão e
evoluir para o amor, do que de diferenças propriamente.
Paixão é o primeiro sentimento que sentimos quando
conhecemos alguém e estamos gostando muito. A paixão arde o coração, aguça
todos os sentidos e cabeça pensa apenas naquela pessoa e mais ninguém.
Quando não é saudável, a paixão é
capaz de transtornar, desviar a rota, fazer perder o rumo de casa. Como semente
ruim em terra boa, ou semente boa em terra ruim. Ou ainda, semente ruim em
terra não preparada. Pode tornar o apaixonado passível de atos passionais.
Impensados, insanos, perigosos. Nestes casos, o melhor é procurar ajuda,
tratamento. Porque a paixão pode virar doença.
Mas quando é saudável; paixão é
deslumbramento. É projeção sobre o outro do melhor que conseguimos enxergar no
mundo e nas pessoas. Paixão, mesmo avassaladora, quando sã é sinônimo de potência
– força para fazer nascer o amor. Isto é, paixão é vida. Desarma. Dá coragem
para a entrega, para a aposta, para uma das tentativas mais desafiantes as
quais somos submetidos durante a vida.
O amor geralmente é o que vem depois da paixão, é
quando a paixão conseguiu finalizar seu papel e foi em rumo de um final feliz.
O amor é um sentimento racional e eterno, sentir amor por alguém é como
entregar-se de corpo e alma sem medo de qualquer conseqüência que a vida pode
trazer. O amor constrói laços que não se desmancha com qualquer contratempo ou
problema, ele supera tudo e todos.
E assim, amadurece. Ganha forma e
força. Rompe os obstáculos, cresce e floresce. Torna-se amor. Mas o que
atormenta muitas pessoas é a dúvida: e daí? Nunca mais paixão? Nunca mais fogo
que arde, consome e faz pulsar? Nunca mais o frio na barriga, o aceleramento
cardíaco, o suor que é, ao mesmo tempo, inoportuno e essencial? Eu diria que
nunca mais do mesmo jeito. Mas muitas vezes de jeitos novos.
A grande magia do amor é sua
capacidade de se mover, de dançar, de provocar ritmos e convidar ao
desconhecido de si mesmo. Amar inclui um sem fim de sensações. Diria até que,
ao contrário do que os inocentes ou desavisados supõem, inclui dor, raiva,
medo, vontade de ir embora, irritação e saco cheio da rotina. Mas depois de
tudo, se for mesmo amor, a incrível e inexplicável capacidade de renascer,
refazer-se! Amar
é se ver no outro. É ver o outro em si. É descobrir que o outro nem sempre é
príncipe ou princesa. Muitas vezes, torna-se sapo, perereca e até lobos e
bruxas. Amar é a mais incrível experiência humana. Portanto, uma experiência
lindamente cheia de furos, imperfeições e remendos.
Paixão pode nascer e nunca se tornar amor. Amor pode nascer sem ter tido tempo de experimentar a paixão. Mas o que importa mesmo é ter coragem de apostar, recomeçar, arriscar, persistir e, a despeito de todas as provações, resistir e manter-se dedicando. Amor de verdade, com o vai-e-vem da paixão, é refazer as escolhas e relembrar-se do que é bom. É olhar nos olhos do outro e ainda se encontrar aqui e aí!
Paixão pode nascer e nunca se tornar amor. Amor pode nascer sem ter tido tempo de experimentar a paixão. Mas o que importa mesmo é ter coragem de apostar, recomeçar, arriscar, persistir e, a despeito de todas as provações, resistir e manter-se dedicando. Amor de verdade, com o vai-e-vem da paixão, é refazer as escolhas e relembrar-se do que é bom. É olhar nos olhos do outro e ainda se encontrar aqui e aí!
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