Muitas vezes vimos e aprendemos em aulas e livros de
história diversas manifestações, revoltas e protestos das sociedades reivindicando
seu direitos. Na memória dos brasileiros, de forma mais clara, ainda permanece
o movimento dos caras pintadas, ocorrido em 1994 o qual resultou no impeachment
do então presidente Fernando Collor de Melo.
Hoje vemos uma massa de jovens e adultos em protestos pelo
pais, e não são só por 20 centavos. Vemos sujeitos exercendo seu direito de reivindicar,
de proclamar e desejar um país melhor. Talvez fosse necessário anos de silencio
após os caras pintadas, uma nova juventude emergir na política e na sociedade
nacional, para que novos movimentos de busca de direitos viessem a acontecer.
Não são movimentos sem um porque. O porque são vários. Estão
aí a um bom tempo sendo esfregados em nossas caras. São porquês velados, que
foram se aconjuntando no inconsciente coletivo de nossa sociedade e se tornando
alimento para a busca critica de nosso país. Mas uma hora chega o limite.
Nenhum sujeito consegue viver muito tempo sob opressão e ignorância. Hoje vemos uma maior clareza de
pensamento também das classes trabalhadoras, e principalmente destas. Entendem
e tem ciência de seus direitos e também de seus deveres.
Somos sujeitos de direitos e também de deveres. Somos
sujeitos inseridos e formados na linguagem. Somos sujeitos que merecemos
respeito acima de tudo.
Não é só por causa de 20 centavos, é por causa dos
preconceitos, do racismo, da homofobia, da corrupção, dos juros, do desemprego,
da submissão de uma gente que tem e deve ter seus direitos respeitados e
realizados pelos que exercem cargos governamentais e políticos, os quais lhe
obrigam a função de agir em prol da população.
Não é só por causa de 20 centavos, é por direitos
igualitários, é por melhor divisão financeira e social, é por assistência,
saúde e educação. Se uma sociedade se cala, ela fica a mercê dos que falam e
por falarem se garantem como donos do poder.
Cidadania caiu no esquecimento do brasileiro desde que
Betinho morreu. Não podemos permitir que essa palavra se apague, não devemos
confundi-la com democracia. E ainda devemos entender que democracia é a de
todos, não de alguns. Não podemos permitir que o país se volte cada vez mais a
favor da minoria rica. Somos um país misto, de trabalhadores, de negros, gays,
homens e mulheres, idosos e crianças, de índios e estrangeiros. Somos um país
de belezas naturais tão diversas e lindas quanto seu povo. Portanto, Não somos
chacota do governo!
É muito bom ver a juventude se implicando na política, na
cidadania e na sociedade. Buscando, questionando, criticando e reivindicando. Se
implicando enquanto sujeito de direito, inserido numa democracia, se mostrando
sujeito pensante e atuante.
Protestar sim. Manifestar sim. Gritar sim. Violência Não.
Desrespeito também não. Mas sim, precisamos reivindicar!
Jefferson Souza - email: fernandesjefferson@yahoo.com.br
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