terça-feira, 18 de junho de 2013

Manifestos

     Muitas vezes vimos e aprendemos em aulas e livros de história diversas manifestações, revoltas e protestos das sociedades reivindicando seu direitos. Na memória dos brasileiros, de forma mais clara, ainda permanece o movimento dos caras pintadas, ocorrido em 1994 o qual resultou no impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo.
     Hoje vemos uma massa de jovens e adultos em protestos pelo pais, e não são só por 20 centavos. Vemos sujeitos exercendo seu direito de reivindicar, de proclamar e desejar um país melhor. Talvez fosse necessário anos de silencio após os caras pintadas, uma nova juventude emergir na política e na sociedade nacional, para que novos movimentos de busca de direitos viessem a acontecer.
     Não são movimentos sem um porque. O porque são vários. Estão aí a um bom tempo sendo esfregados em nossas caras. São porquês velados, que foram se aconjuntando no inconsciente coletivo de nossa sociedade e se tornando alimento para a busca critica de nosso país. Mas uma hora chega o limite.
     Nenhum sujeito consegue viver muito tempo sob opressão e  ignorância. Hoje vemos uma maior clareza de pensamento também das classes trabalhadoras, e principalmente destas. Entendem e tem ciência de seus direitos e também de seus deveres.
     Somos sujeitos de direitos e também de deveres. Somos sujeitos inseridos e formados na linguagem. Somos sujeitos que merecemos respeito acima de tudo.
     Não é só por causa de 20 centavos, é por causa dos preconceitos, do racismo, da homofobia, da corrupção, dos juros, do desemprego, da submissão de uma gente que tem e deve ter seus direitos respeitados e realizados pelos que exercem cargos governamentais e políticos, os quais lhe obrigam a função de agir em prol da população.
     Não é só por causa de 20 centavos, é por direitos igualitários, é por melhor divisão financeira e social, é por assistência, saúde e educação. Se uma sociedade se cala, ela fica a mercê dos que falam e por falarem se garantem como donos do poder.
     Cidadania caiu no esquecimento do brasileiro desde que Betinho morreu. Não podemos permitir que essa palavra se apague, não devemos confundi-la com democracia. E ainda devemos entender que democracia é a de todos, não de alguns. Não podemos permitir que o país se volte cada vez mais a favor da minoria rica. Somos um país misto, de trabalhadores, de negros, gays, homens e mulheres, idosos e crianças, de índios e estrangeiros. Somos um país de belezas naturais tão diversas e lindas quanto seu povo. Portanto, Não somos chacota do governo!
     É muito bom ver a juventude se implicando na política, na cidadania e na sociedade. Buscando, questionando, criticando e reivindicando. Se implicando enquanto sujeito de direito, inserido numa democracia, se mostrando sujeito pensante e atuante.

Protestar sim. Manifestar sim. Gritar sim. Violência Não. Desrespeito também não. Mas sim, precisamos reivindicar!

Jefferson Souza - email: fernandesjefferson@yahoo.com.br

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