quarta-feira, 14 de agosto de 2013

É normal não gostar de sexo?

Está aí um assunto tão tabu e tão polêmico quanto comentar sobre o sexo oral no primeiro encontro ou sobre sadomasoquismo: não fazer sexo por opção. É difícil num mundo tão cheio de apelos e em que praticamente todo mundo pode ter prazer sexual, e sabe que isso está ao seu alcance, optar por ser assexuado e quase reacionário.
Mas é exatamente isso que muitas pessoas escolhem para suas vidas, e isso não significa não ter um namorado, ou renunciar ao convívio de gente bonita, é simplesmente não sentir necessidade de sexo.
A grande questão é: se o desejo de fazer sexo, é antes de mais nada, uma necessidade biológica, essa falta de desejo pode vir a ser uma doença?
Um indivíduo é considerado assexual quando não sente atração por ninguém e é indiferente a relações sexuais. Há um debate sobre esse assunto: algumas pessoas acreditam que a assexualidade é uma orientação sexual, enquanto outros discordam e associam o problema à falta de libido e distúrbios emocionais. Uma pesquisa sobre sexualidade feita no Reino Unido, no Journal of Sex Research, concluiu que 1% dos entrevistados nunca se sentiram atraídos sexualmente por ninguém. Será que isso é possível ou está relacionado a fatores fisiológicos?
Há um desacordo sobre se a assexualidade é uma orientação sexual legítima. Muitos ainda confundem assexualidade com baixa libido. Alguns argumentam que ela cai sobre o nome de distúrbio de hipoatividade sexual ou distúrbio da aversão sexual. Entre os que não acreditam ser uma orientação, outras causas sugeridas incluem abuso sexual passado, repressão sexual, problemas hormonais, desenvolvimento tardio de atração, e não ter encontrado a pessoa certa. Muitos assexuais auto-identificados, enquanto isso, negam que tais diagnósticos se apliquem a eles; outros argumentam que, porque a sua assexualidade não lhes causa angústia, não deveria ser vista como um distúrbio emocional ou médico. Outros argumentam que no passado, foram feitas afirmações semelhantes sobre a homossexualidade e bissexualidade, apesar do fato de que muitas pessoas agora as considerem como orientações legítimas. Em virtude da falta de pesquisa no assunto, existem poucas provas documentadas em favor de qualquer lado no debate.
Entendo que muitos assexuais podem sentir-se pressionados socialmente, com cobranças explícitas ou implícitas sobre suas vidas afetivas. Pessoas cobrando quando vão arrumar um namorado(a), cobrando que tenham uma vida sexual ativa… e acho que sempre surge a seguinte dúvida: será que eu sou normal, será que preciso de tratamento?
Gosto de pensar que a melhor resposta a essa pergunta vem através de outras: estou feliz? minha falta de desejo sexual  me incomoda?
Se for algo que traga sofrimento, aconselho sim a procurar ajuda médica e psicológica. Se não for, realize-se de outras formas. O mundo é muito grande, e cada ser humano é único. Não se importe em não fazer parte daquilo que a maioria prega como normal e correto. Sua referência deve ser você mesmo.

 
 

Um comentário:

  1. Amei os seus comentários os quais posso chamar de "Teses" e vejo quão importantes são para os dias atuais onde vemos que os reflexos do passado nutrem tantas amarguras nas vidas de pessoas atuais, muito embora sabemos que deveriamos usar o nosso instrumento democratico para alcançar mais os nossos direito através de politicas publicas em nosso país que são tão poucas. Trabalho com aconselhamento conjugal e vejo coisas tristes acontecerem com casais e familias nos dias atuais.

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