Sinais... de amor?

Uma grande dificuldade no início dos relacionamentos e até em alguns de longa data é a comunicação não verbal. Nesse texto vamos falar sobre os sinais. E em como eles tendem a ser emitidos e interpretados o tempo todo, o que gera em muitas das vezes muitos problemas. Quando esses sinais são emitidos de maneira confusa, ambígua e descontextualizados, podem gerar uma interpretação equivocada que por sua vez gera uma ação tão confusa, ambígua e descontextualizada quanto o sinal que a provocou.

Nos dias atuais as relações amorosas em sua maioria estão muito perpassadas pelo ambiente virtual, Facebook e outros meios de comunicação são acessíveis a quase todas as pessoas. E eles acabam permitindo que as nossas fantasias em relação ao outro cresçam até onde o nosso imaginário permite.

No caso de uma nova relação ou paquera é muito bom que você possa interpretar certos sinais com sensatez, como por exemplo, quando uma pessoa está disponível? Se ela realmente demostrou interesse em você? Se você está agradando? Se esta sendo inconveniente? E por ai vai.

É preciso fazer essa reflexão com sensatez porque o exagero na interpretação desses sinais pode se tornar um grande problema e chegar a um nível nada saudável. O que observamos atualmente nas pessoas é um aprisionamento na imagem do outro e por consequência, uma frágil imagem de si mesmo. Todas as ações estão totalmente reativas, ou seja, esperamos os comportamentos do outro para definir os nossos, caracterizando uma massa de indivíduos de personalidade rala, insegura e volátil.

Quer exemplos? Você já pode ter dito ou escutado algum amigo falar algo como: “Se ele não responder a sms não vou escrever mais”, “se ela não olhar pra cá eu não puxo mais conversa!”, “se ele não sorrir também não sento do lado dele” e por ai vai.

Isso se torna mais grave quando nem esperamos o comportamento alheio para tomar certas decisões, no caso, tomamos baseados em sinais. E em alguns casos estão tomando proporções cada vez mais absurdas. Por exemplo, “Ele entrou e saiu do facebook sem dar oi!”, “Ela respondeu minha mensagem duas horas depois, então não ta nem ai pra mim!”, “quando chegou abraçou a todos e pra mim só deu a mão!”. Temos essas e muitas outras situações e pensamentos que só correspondem a nossa própria lógica e pensamentos.

A questão é. Entender se estes sinais são realmente validos depende de um contexto e de uma ponderação razoável, até porque a pessoa em questão pode estar sem créditos ou só nervosa demais para te abraçar. Sendo assim o mais sensato é perceber que não podemos depender desses retornos para agir ou nos decidir. Todo esse comportamento só reflete uma personalidade insegura de quem não consegue se responsabilizar pelas próprias escolhas e por fim espera no outro as respostas e sustento para suas decisões.

Os sinais estão cada vez mais confusos e as pessoas também. Isso porque muitas regras, valores e conceitos mudaram consideravelmente nas últimas décadas. Neste tema podemos enumerar várias razão para qual observamos esse tipo de acontecimento, no entanto gostaria de focar no fato de que independente do porque isso acontece, nós devemos ser menos reativos e buscar fazer aquilo que sentimos que devemos. Uma pessoa que não demostra gostar de você pode mudar depois de ver o quanto você é decidido(a). Quem espera muito no outro fica por lá, e nunca chega a si.